sábado, 30 de maio de 2009

Foi exatamente assim que me senti no dia no dia 27 de maio de 2.009.
Confesso que já vivi situações limites, aquelas que fazem a gente se confrontar com nossos demônios mais perversos, mas nada como a de ver um filho seu fragilizado.
Não encontro palavras, não sei definir.
Não consegui rezar (até pq acho que não tenho quase nenhum crédito lá em cima), fiz o possível pra nãe ter um colapso nervoso.
Incrível como as palavras ecoam na cabeça da gente!
"- Quebrou!"
"- Se tivesse quebrado ela estava gritando!"
"- É o tipo de fratrura mais simples!"
"- Foi só uma luxação!"
"- O pior lugar pra se quebrar!"
"- Vamos rezar pra não ser no cotovelo!"
"- Núcleo de crescimento!"
Incrível como nos apegamos as mínimas possibilidades. Enquanto existe esperança, como acreditamos nela!
Me senti péssima. Me sinto péssima!
Passa tanta coisa na minha cabeça. Tantas outras dores, tantos outros sofrimentos. Como eu quis que aquilo não fosse verdade.
Fiquei oscilando entre mentira, mentira, mentira...verdade. Exercitei meu jogo mental favorito, não, não, não...sim.
Me senti impotente, insignificante, pequena.
Nesse dia descobri das menores as maiores. Que plano de saúde é um negócio para inglês ver, mesmo que vc pague rios de dinheiro. Que somos mais um na multidão. Que muitas vezes as pessoas mais simples são as únicas capazes de ouvir o seu pedido de socorro, e as vezes só elas são sensíveis a eles.
Mas a lição maior ainda foi o de que não existe nada maior nesse mundo do que o meu amor por ela. E de que não há nada nesta vida que eu queira mais do que o seu bem estar.
Outra lição importante, reconhecer a grandeza do outro. Já tinha o maior afeto e respeito do mundo pela minha amiga Bete, mas só nesse dia fui capaz de compreender a sua força. Uma pessoa que perdeu um filho e que ainda assim sobreviveu, é uma pessoa amável e bem humorada. Sou fã dela, e tenho o maior respeito pela experiência de vida dela.
Surtei. Sobrevivi. Mas não sem sequelas.
Ainda agora penso: Pq?! Como eu queria que isso não tivesse acontecido.
Com esse susto morreram outros sonhos, que acalentei durante uma vida toda. Não tenho sangue frio, não sirvo pra isso, sou uma covarde.
Quem sabe essa não seja a 1ª das muitas sequelas que essa vivência me trouxe?
Um alento? Ainda bem que o Alexandre estava aqui, comigo.

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