sexta-feira, 30 de março de 2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

Um colar valioso.


Usar, por alguns dias, a pulseira da mãe, era o sonho de consumo do pequeno Rick, de seis anos de idade.
Eles eram pobres e a pulseira não tinha muito valor, mas tanto o garoto insistiu que a mãe lhe entregou, mas recomendou que tomasse cuidado.
Rick colocou o cordão no pulso e se sentiu o homem mais feliz do bairro.
Jogava futebol com os amigos, de pulseira. Ia comprar pão, com a pulseira e na escola ele exibia sua preciosidade sempre que podia.
As semanas se passaram e, como sempre acontece com as crianças, um dia aconteceu com Rick. Uma distração e ele se deu conta de que havia deixado a pulseira em algum lugar.
Procurou por todos os cantos e... nada.
Ele estava sozinho em casa. A mãe estava no trabalho. Mas, e quando ela chegasse, como lhe contaria a tragédia?
Mil preocupações surgiram naquela cabeça infantil. E a mais cruel era a de ter perdido o que ele considerava ser o único tesouro da sua mãe.
Depois de muitas cogitações, ele tomou uma difícil decisão: iria embora de casa.
Jogou algumas roupas dentro da velha sacola e saiu porta afora.
Não foi muito longe e ouviu uma voz bem conhecida... Era o Sr. Severino, um velhinho bom que morava na vizinhança.
Ei, aonde você vai com essa trouxa nas costas, Rick?
Preocupar-se com os filhos alheios não é muito comum nos grandes centros mas, nos vilarejos de gente pobre, os vizinhos se importam uns com os outros.
Vou embora. Respondeu, cabisbaixo, o menino.
Mas a sua mãe não está em casa. É melhor você esperar que ela chegue, senão ela ficará aflita quando não o encontrar.
O garoto costumava ouvir os mais velhos, então voltou, é claro, na companhia do velho Severino.
Quando a mãe chegou já estava escuro. Mal entrou e já sentiu algo no ar, pois as mães sempre sentem quando tem alguma coisa errada com seus filhos.
O que houve, Sr. Severino? Perguntou logo.
Ele se aproximou e lhe falou baixinho o que havia acontecido. Ela, já em lágrimas, entrou no quarto, onde o pequeno Rick estava escondido e o abraçou com ternura.
Meu filho, você ia embora sem avisar a mãe?
Por que ia fazer isso, meu anjo?
Mãe, lembra daquela pulseira que você me emprestou e me pediu para ter cuidado?
Sim, disse a mãe!
Eu não sei como aconteceu, mas perdi, mãe.
Quando notei, eu procurei, procurei, mas não achei. Então fiquei com medo e com vergonha, e por isso eu ia embora de casa, pra não ver você triste.
Ora filho, eu ia ficar muito triste se você tivesse ido. Nunca mais pense nisso!
E a pulseira? Perguntou, mais aliviado.
Ah, meu anjo, aquela pulseira tinha pouco valor. Um dia, quem sabe, nós compremos outra.
Mãe, eu quero lhe dar um belo colar. Você sabe quanto custa um?
Não faço ideia, mas eu já tenho o colar mais valioso do mundo. E sabe qual é?
Não, mãe, eu nunca vi você de colar.
Pois bem, disse a mãe, puxando os bracinhos do filho e os envolvendo no pescoço.
Filho, o seu abraço é o colar mais valioso do mundo, para mim. E eu desejo tê-lo para sempre. Promete que nunca mais vai pensar em ir embora?
Rick sorriu, aliviado, e encheu o rosto da mãezinha de beijos.
* * *
Não há tesouro mais valioso do que os filhos.
Um filho é a prova da confiança de Deus aos pais.
Mas os filhos nem sempre sabem que são valiosos para seus pais. É preciso dizer isso a eles, sempre.
E você, já disse isso ao seu filho, hoje?

terça-feira, 27 de março de 2012

TODAY IS THE DAY!

Nada acontece por acaso!
Hoje é um dia que, por mais que grande parte das pessoas que conheço não entendam, pra mim não é um dia feliz.
Cansei de me justificar, cansei de tentar fazê-los entender que não espero festinhas surpresas, manifestações explícitas de carinho, presentes, etc, etc, etc. Hoje pra mim, é um dia de reflexão, portanto... triste.
Vivi quarenta anos, e plagiando o quadro do Fantástico, vi muitas coisas da vida. Vi uma infância gloriosa, em um quintal que cabia o universo inteiro! Onde a ausência dos meus pais fez acontecer muito mais reinações que poderia imaginar Monteiro Lobato. Debaixo de uma mangueira, onde a festa se dava quando recebíamos o maravilhoso presente de uma carriola cheia de areia, fazíamos acontecer tudo oque uma criança pode imaginar. Vivi em várias cidades, habitei vários planetas, fomos aliens, fomos mocinhos e bandidos, tentamos assar meu irmão mais novo, fomos fomos crianças irremediavelmente felizes. Cúmplices dessa felicidade tivemos a parceria de avó Dita, pessoa fantástica, que se hoje o tempo me rouba  a maior parte das memórias, não consegue apagar a lembrança de um anjo de luz que sempre nos envolveu de felicidade, atendendo aos nossos mínimos e inúmeros caprichos.
Minha infância, como diria Freud, me salvou dos anos que estavam por vir.
Chegou a tão falada adolescência, e se eu estava brincando de gato e rato comigo mesmo, nesse momento me encontrei. Tudo o que ainda não estava definido... se concluiu. Tudo oque poderia ser diferente, não foi.
Se nessa época, lá pelos idos de 1985, descobri o significado da palavra AMOR. Nesse período descobri que não era capaz de controlar meus sentimentos, e amei mais do que seria capaz de supor qualquer pessoa. Descobri que é possível amar alguém muito mais do que a si mesmo e que, as vezes, se leva anos, muitos anos, para se descobrir que para algumas coisas não se tem remédio. Ou é, ou não é pra ser. Experimentei a dor de me separar de algo que não parecia existir sem mim. Esperei mais sete anos e vivi a mesma perda, onde só mais lá na frente, ao reencontrar esse amor, entendi que ele veio fechar um ciclo que a melancolia que governa a minha vida, insistia em não encerrar.
Ironicamente, ao descobrir o amor também encontrei todos os tormentos possíveis, me deparei com o que existe de pior no ser humano, aprendi a ofender, a magoar, a ferir, a matar as pessoas emparedando elas vivas dentro de mim. Aprendi que teoricamente, quem veio ao mundo para me amar, me proteger, pode ser quem vai me ferir mais fundo, quem vai despertar um mim o bicho enjaulado e erguer todas as muralhas possíveis de proteção.
Minha adolescência pode ser definida como uma sucessão de perdas. Algumas o tempo me fez compreender, outras o nascimento de minhas filhas me vieram para me libertar de possíveis culpas que pudessem existir. Um pai de verdade não abandona um filho nunca!
Amadurecer não foi fácil! Não passei impunemente por tantos percalços. As construções equivocadas que fiz me levaram a tomar atitudes que me trouxeram sequelas irreversíveis.
Já na vida adulta, me meti a ser novamente adolescente e me deixei levar pela emoção. Troquei o certo pelo duvidoso, joguei todos os meus dados, apostei todas as minhas fichas, corri todos os riscos. Novamente me vi em um turbilhão de acontecimentos alheios a minha vontade. Sofri (como só um bom melancólico consegue sofrer!). Coloquei em xeque todas as minhas fragilidades, meus medos, meus temores inconfessáveis. Eu... sozinha, encontrei todos os meus monstros e os olhei nos olhos. 
Passada a tempestade me deparei com um adolescente cheio dos saberes do mundo e ingênuo em relação as dificuldades da vida, principalmente as da vida a dois. Contrariamos todas as expectativas, mesmo as mais confiantes! A década que nos separa, nos uniu fortemente e nos fez resilientes aos preconceitos dos outros. Afinal, os opostos se atraem, mas as semelhanças se completam.
Posso dizer que sobrevivi. Dessa tormenta furiosa que arruinou todas as minhas muralhas e me lançou na vida sem rede de proteção para viver um novo amor, nasceram minhas filhas. Duas mulheres pelas quais sou inteiramente responsável. Para as quais me cabe a tarefa de construir, tijolo à tijolo, o alicerce da auto confiança, da possibilidade de serem felizes. Quem disse que não somos capazes de ensinar algo que não conhecemos? Para nossos filhos somos sim!
Voltando ao início de tudo isso: Nada acontece por acaso.
Em um dia em que não vou ao trabalho, não saio de casa, não recebo ninguém, me deparo com um texto de Lya Luft com o título Erratas da Vida: fala sério!?
Definindo em poucas palavras (até pq já disse muitas), ela diz o seguinte: "- Não dá para fazer correções dos erros que cometemos na nossa vida. É preciso contar com o perdão dos outros e a anistia da gente mesma."
Do que vi da vida trouxe comigo um tantinho bom de melancolia, um senso de justiça e de responsabilidade capazes de me fazer adoecer e uma hipocondria que me faz pensar que perdi o juízo.
Espero que as pessoas que magoei sejam capazes de me perdoar, de coração, especialmente uma. Especialmente para essas gostaria de dizer que ninguém foi tão cruel comigo quanto minha própria consciência.
Das mágoas que me causaram, não carrego ressentimentos. A vida me deu um espírito livre. Costumo dizer que meu HD não tem espaço para coisas desnecessárias.
E hoje, nesse dia que deveria ser festivo, queria só dois presentes: A oportunidade de criar minhas filhas. Ver elas crescerem, sofrerem as dores dos primeiros amores, casarem-se, terem filhos e serem mulheres felizes.
E pra mim, só pra mim mesmo, tenho um desejo inconfessável, que só Deus sabe. Apesar não entender que mereço, espero profundamente que esse Pai Maior que tanto procuro encontrar, que tantos dizem tão próximo de mim, e eu me sinto tão pouco merecedora de sua atenção. Ele sabe exatamente o que aflige meu coração nesse momento. É oque eu desejo ardentemente, com uma fé confusa mas real, nesse dia tão especial. Afinal,   não é todo dia que se faz 40 anos, não é mesmo?
Quanto a me anistiar dos próprios erros...isso daria uma longa e polêmica discussão.
Hoje gostaria de agradecer a todos os meus amigos. Não vou me atrever a nomeá-los por que a memória já não é boa rsrsrsrs (eles mesmo sabem que são poucos). Aos que estão próximos, aos que estão longe e em especial aos que já se foram, Jefferson (que me salvou de uma adolescência atormentada com seu sarcasmo, ironia, bom humor e felicidade explícita) e a Tia Lúcia (que da sua mais absoluta carência e solidão me acolheu e me deu ensinamentos que me transformaram para sempre), por terem existido na minha vida. Por serem responsáveis por eu ser hoje a pessoa que sou.
Agradecer a minha mãe, por tudo que fez por mim, por tudo que me ensinou e por tudo que aprendi alheia a vontade dela. Desculpas por não ter sido capaz de alcançar suas expectativas (para mim a maioria delas era inatingível rs). A vida traçou caminhos muito diferentes dos quais a senhora gostaria que eu tivesse trilhado.
Ao meu pai gostaria de agradecer pela infância que tive. Por ele ter sido meu pai herói até o dia em que a vida nos separou definitivamente.
Assim como o senhor, apesar de não ser em forma de quadros na parede, ainda preservo sua imagem guardada na fantástica e mágica infância que tive. Se hoje não existe mais espaço para sermos pai e filha, sempre existirá um tapete novo para estrearmos de cavalinho, em uma casa imaginária, guardada em minhas memórias.
Agradecer aos meus irmãos, que fomos tão unidos e hoje estamos tão estranhamente próximos...mas distantes. Eu amos vocês incondicionalmente. Só nós três sabemos por que fazemos escolhas tão absurdas aos olhos dos outros. Em um momento muito ruim de nossas vidas, tivemos que nos unir para nos salvar. Pena que hoje, quando poderíamos estar mais próximos, ainda deixemos terceiros, quartos e quintos nos afastar um do outro. Mas faz parte da vida, não é mesmo?
Gostaria de agradecer ao Alexandre, que colocou por terra todas as minhas convicções. Me ensinou muito mais do que fui capaz de ensiná-lo. Obrigada por oportunizar na minha vida, a construção de um sonho antigo, ter uma família! Apesar dos nossos constantes conflitos, somos felizes e não entendo mais minha vida sem você.
E por último, quero agradecer a existência das minhas filhas, que sem saber me salvaram a vida muitas vezes. Espero em Deus que continuem salvando. A Laila pelo temperamento impetuoso e vontade que sobrepõe a tudo. A Laura, que tem uma doçura no olhar e uma força nas atitudes.
Por enquanto vou ficando por aqui, esperando da vida, o que a vida tem pra me dar.
Obrigada por tudo oque rolou nesses 40 anos de vida!!!

quarta-feira, 21 de março de 2012


A fé é um exercício pra vida inteira. Muitas e muitas vezes, eu me distancio incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha. Não é raro nessas ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de emoções que me drenam a energia e o sorriso. Mas, toda vez que consigo acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna. Na fé, eu sou capaz de me dizer, com amorosa humildade, que grande parte das vezes eu não sei o que é melhor para mim. Eu não sei, mas Deus sabe. Eu não sei, mas minha alma sabe. Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: “Tomara que as nossas vontades coincidam”. Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não consiga entender..." 
Ana Jácomo. 

terça-feira, 20 de março de 2012


Para os que tem sorte de ter um pai de verdade!




A quem o psicólogo incomoda?





Incomoda os pais que acham que devem controlar seus filhos;
Incomoda o patrão que quer um funcionário dócil e obediente;
Incomoda o professor e o diretor de escola que quer um aluno comportado;
Incomoda o médico que quer ser o senhor absoluto da saúde humana;
Incomoda o Juiz que quer ser o senhor da vida alheia;
Incomoda o dirigente que acha que conhece todos os assuntos;
Incomoda o religioso intolerante às crenças alheias.

Mas, de fato, o psicólogo incomoda os que querem controlar a vida das pessoas, pois a função do psicólogo é fazer fluir o direito de liberdade, a liberdade de ir e vir, a liberdade de expressão, a liberdade de ser feliz.

O psicólogo não incomoda os pais que sabem educar, não incomoda o patrão justo, não incomoda o médico ético, não incomoda o juiz conhecedor dos direitos humanos, não incomoda o dirigente que quer o melhor para seus comandados e não incomoda os que respeitam as escolhas alheias.

Os que se incomodam com os psicólogos são os que mais precisam deles."
Texto do grupo 'Diga nãoo ato médico', apresentado pelo colega Ricardo Portella.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ah! Essas mães!

Quando nos vem à mente uma figura de mãe, sempre surge acompanhada de um misto de divino e humano.
É muito rara a pessoa que não se comova diante da lembrança de sua mãe.
Meninos que abandonaram o lar por motivos variados e vivem nas ruas, quando evocam suas mães, uma onda de ternura lhes invade o ser.
Por que será que as mães são essas criaturas tão especiais?
Talvez seja porque elas têm o dom da renúncia...
Uma mãe consegue abrir mão de seus interesses para atender esse serzinho indefeso e carente que carrega nos braços.
Mas as mães também têm outras características muito especiais.
Um coração de mãe é compassivo. A mãe sempre encontra um jeito de socorrer seu filho, mesmo quando a vigilância do pai é intensa.
Ela alivia o castigo, esconde as traquinagens, defende, protege, arruma uns trocos a mais.
Sim, uma mãe sempre tem algum dinheiro guardado, mesmo convivendo com extrema necessidade, quando se trata de socorrer um filho.
Mães são excelentes guarda-costas. Estão sempre alertas para defender seu filho do coleguinha terrorista, que quer puxar seu cabelo ou obrigá-lo a emprestar seu brinquedo predileto...
Quando a criança tem um pesadelo no meio da noite e o medo apavora, é a mãe que corre para acudir.
As mães são um pouco fadas, pois um abraço seu cura qualquer sofrimento e seu beijo é um santo remédio contra a dor...
Para os filhos, mesmo crescidos, a oração de mãe continua tendo o poder de remover qualquer dificuldade, resolver qualquer problema, afastar qualquer mal.
No entender dos filhos, as mães têm ligação direta com Deus, pois tudo o que elas pedem, Deus atende.
O respeito às mães perdura até nos lugares de onde a esperança fugiu.
Onde a polícia não entra, as mães têm livre acesso, ainda que seja para puxar a orelha do filho que se desviou do caminho reto.
Até o filho bandido respeita sua mãe, e lhe reverencia a imagem quando ela já viajou para o outro lado da vida.
Existem mães que são verdadeiras escultoras. Sabem retirar da pedra bruta que lhe chega aos braços a mais perfeita escultura, trabalhando com o cinzel do amor e o cadinho da ternura.
Ah, essas mães!
Ao mesmo tempo em que têm algo de fadas, também têm algo de bruxas...
Elas adivinham coisas a respeito de seus filhos, que eles desejam esconder de si mesmos.
Sabem quando querem fugir dos compromissos, inventam desculpas e tentam enganar com suas falsas histórias...
É que os filhos se esquecem de que viveram nove meses no ventre de suas mães, e por isso elas os conhecem tão bem.
Ah, essas mães!
Mães são essas criaturas especiais, que Deus dotou com um pouco de cada virtude, para atender as criaturas, não menos especiais, que são as crianças.
As mães adivinham que a sua missão é a mais importante da face da Terra, pois é em seus braços que Deus deposita Suas jóias, para que fiquem ainda mais brilhantes.
Talvez seja por essa razão que Deus dotou as mães com sensibilidade e valentia, coragem e resignação, renúncia e ousadia, afeto e firmeza.
Todas essas são forças para que cumpram a grande missão de ser mãe.
E ser mãe significa ser cocriadora com Deus, e ter a oportunidade de construir um mundo melhor com essas pedras preciosas chamadas filhos... 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Tese de Guerdjef

Dizia ele: "Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente vale como principal". Assim sendo, ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris. Dizem os "experts" em comportamento que, quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza aprendeu a viver com qualidade interior. Ei-las:
 1) Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo.Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.
 2) Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme
. 3) Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso,consciente de que nem tudo depende de você.
 4) Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.
 5) Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, casa,no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.
 6) Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos,o eterno mestre de cerimônias.
 7) Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
 8) Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.
 9) Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida. 
10) Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.
 11) Família não é você. Está junto de você. Compõe o seu mundo,mas não é a sua própria identidade. 
12) Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca. 
13) É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.
14) Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta. 
15) Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento. 
16) Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo ... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor. 
17) A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente. 
18) Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se. 
19) Não abandone suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé! 
20) E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: Você é o que se fizer ser!

Você já viajou de trem alguma vez?

Numa viagem de trem podemos notar uma grande diversidade de situações, ao longo do percurso.

E a nossa existência terrena bem pode ser comparada a uma dessas viagens, mais ou menos longa.
Primeiro, porque é cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em algumas partidas.
Quando nascemos, entramos no trem e nos deparamos com algumas pessoas que desejamos que estejam sempre conosco: são nossos pais.
Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis...
Mas isso não impede que durante a viagem outras pessoas especiais embarquem para seguir viagem conosco: são nossos irmãos, amigos, amores.
Algumas pessoas fazem dessa viagem um passeio. Outras encontrarão somente tristezas, e algumas circularão pelo trem, prontas a ajudar a quem precise.
Muitas descem e deixam saudades eternas... Outras passam de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são caros, se acomodam em vagões distantes do nosso, o que não impede, é claro, que durante o percurso nos aproximemos deles e os abracemos, embora jamais possamos seguir juntos, porque haverá alguém ao seu lado ocupando aquele lugar.
Mas isso não importa, pois a viagem é cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
O importante, mesmo, é que façamos nossa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os demais passageiros, vendo em cada um deles o que têm de melhor.
Devemos lembrar sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisemos entendê-los, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, certamente, haverá alguém que nos entenda e atenda.
A grande diferença, afinal, é que no trem da vida jamais saberemos em qual parada teremos que descer, muito menos em que estação descerão nossos amores, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
É possível que quando tivermos que desembarcar, a saudade venha nos fazer companhia...
Porque não é fácil nos separar dos amigos, nem deixar que os filhos sigam viagem sozinhos. Com certeza será muito triste.
No entanto, em algum lugar há uma estação principal para onde todos seguimos...
E quando chegar a hora do reencontro teremos grande emoção em poder abraçar nossos amores e matar a saudade que nos fez companhia por longo tempo...
Que a nossa breve viagem seja uma grande oportunidade de aprender e ensinar, entender e atender aqueles que viajam ao nosso lado, porque não foi o acaso que os colocou ali.
Que aprendamos a amar e a servir, compreender e perdoar, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta até à estação onde teremos que deixar o trem.
* * *
Se a sua viagem não está acontecendo exatamente como você esperava, dê a ela uma nova direção.
Se é verdade que você não pode mudar de vagão, é possível mudar a situação do seu vagão.
Observe a paisagem maravilhosa com que Deus enfeitou todo o trajeto...
Busque uma maneira de dar utilidade às horas. Preocupe-se com aqueles que seguem viagem ao seu lado...
Deixe de lado as queixas e faça algo para que a sua estrada fique marcada com rastros de luz...
Pense nisso... E, boa viagem!
Redação do Momento Espírita

VIDA PASSAGEIRA



Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é passageira,

talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais.
Algumas, mesmo ainda em botão.
Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar.
A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco 
aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor.
E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos.
Perdemos dias, às vezes anos.
Nos calamos quando deveríamos falar;
falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede
essa aproximação.
Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso"
e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos,
fechados em nós. 
Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente.
Cobramos. Dos outros. Da vida.
De nós mesmos. consumimos.
Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente.
E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos?
Isso faria uma grande diferença.
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos.
Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás.
E então nos perguntamos: E agora?
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos. Nunca se é velho demais
ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso. Não olhe para trás.
O que passou, passou.
O que perdemos, perdemos. Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.
Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida,
que mesmo passageira, ainda está em nós. Pense!...
Não o perca mais!...

sábado, 3 de março de 2012

Uma Prece

Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte!
O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!
Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também.
Onde nada está tu habitas e onde tudo está eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te amar.
Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos.
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.
Minha vida seja digna da tua presença.
Meu corpo seja digno da terra, tua cama.
Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.
Senhor protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu.
Senhor livra-me de mim.

(Fernando Pessoa)