quinta-feira, 27 de setembro de 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Albert Schweitzer


Marla de Queiroz




Com o tempo, você analisa que abrir mão de algo muito importante, só se faz quando se tem um motivo maior que esse algo: seja um propósito, uma crença, um valor íntimo, uma obstinação qualquer que te oriente para essa escolha que já se sabia tão dolorosa. É um sacrifício voluntário por algo mais pleno, mais grandioso em Beleza. E, nestas análises, você descobre outras perdas que são positivas: perde-se também a ansiedade, a insegurança e a ilusão. E você aprende a recomeçar agradecendo por vitórias tão pequenininhas… Como quando é noite e antes de dormir você se enche de gratidão: ‘Deus, obrigada, porque é noite e eu tenho o sono… Que venha um sonho novo, então’. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

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Nilson Furtado

Adoro Reticências...
Aqueles três pontos intermitentes que insistem em dizer
que nada está fechado, que nada acabou, que algo sempre está por vir!
A vida se faz assim!
Nada pronto, nada definido.
Tudo sempre em construção.
Tudo ainda por se dizer...
Nascendo...
Brotando...
Sublimando...
Vivo assim...
Numa eterna reticência...
Para que colocar ponto final?
O que seria de nós sem a expectativa de continuação?"


Escolhas


Há de se ter muita coragem pra fazer escolhas.
Deixar de lado uma opção é correr o risco de chegar mais lá na frente acreditando que era a melhor. Porque a gente tem mesmo esse lado de não acreditar no presente. O mais curioso é que, quando a gente volta pro passado, nunca o idealiza como ele realmente era. Mas como a gente queria que ele fosse.
É preciso aprender: não há vida idealizada. Há vida. E é ai que dá pra fazer o melhor que a gente pode. Pra poder chegar lá na frente e não querer voltar, mas falar que 'pode não ter sido o mais bonito, mas foi o melhor que pude'. É ai que entra a tal da escolha. Escolhas que podem dar errado. Que podem dar certo, ou então que deram errado pra dar certo sem saber. Afinal, a vida não acaba depois da morte. Morrer, acreditem: é só uma passagem! E viver pode ser bem mais dificil do que se imagina. Mas isso também é só uma pequena escolha!

Vanessa Leonardi

P.S: Saudade de ter tempo para passar por aqui e desaguar minha emoção.
       Será que a falta de tempo também é uma escolha minha?
       Será que estou fazendo as escolhas certas?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Não pense duas vezes.


A felicidade é um susto. Chega na calada da noite, na fala do dia, no improviso das horas. Chega sem chegar, insinua mais que propõe... Felicidade é animal arisco. Tem que ser adimirada à distância porque não aceita a jaula que preparamos para ela. Vê-la solta e livre no campo, correndo com sua velocidade tão elegante é uma sublime forma de possuí-la.
Felicidade é chuva que cai na madrugada, quando dormimos. O que vemos é a terra agradecida, pronta para fecundar o que nela está sepultado, aguardando a hora da ressurreição. Felicidade é coisa que não tem nome. É silêncio que perpassa os dias tornando-os mais belos e falantes. Felicidade é carinho de mãe em situação de desespero. É olhar de amigo em horas de abandono. É fala calmante em instantes de desconsolo.
Felicidade é palavra pouca que diz muito. É frase dita na hora certa e que vale por livros inteiros. Eu busco a frase de cada dia, o poema que me espera na esquina, o recado de Deus escrito na minha geladeira... Eu vivo assim... Sem doma, sem dona, sem porteiras, porque a felicidade é meu destino de honra, meu brasão e minha bandeira. Eu quero a felicidade de toda hora. Não quero o rancor, não quero o alarde dos artifícios das palavras comuns, nem tampouco o amor que deseja aprisionar meu sonho em suas gaiolas tão mesquinhas.
O que quero é o olhar de Jesus refletido no olhar de quem amo. Isso sim é felicidade sem medidas. O café quente na tarde fria, a conversa tão cheia de humor, o choro vez em quando. Felicidades pequenas... O olhar da criança que me acompanha do colo da mãe, e que depois, à distância ,sorri segura, porque sabe que eu não a levarei de seu lugar preferido.
A felicidade é coisa sem jeito, mas com ela eu me ajeito. Não forço para que seja como quero, apenas acolho sua chegada, quando menos espero.
E então sorrio, como quem sabe, que quando ela chega, o melhor é não dispersar as forças... E aí sou feliz por inteiro na pequena parte que me cabe. O que hoje você tem diante dos olhos? Merece um sorriso? Não pense duas vezes...

Padre Fábio de Melo