Hoje meu amigo faria 39 anos, mas infelizmente não está mais entre nós. Foi estupidamente arrancado de nossas vidas. Ele encheu minha vida de alegria, me ensinou a dor do ciúme, a felicidade do cumplicidade, a alegria de um abraço sincero e a dor da perda.
Jefferson, sinto muito a sua falta!
Que os meus instantes de egoísmo se desmanchem cada vez mais rápido. Que
as minhas expectativas não sejam maiores do que a intenção de que o
outro esteja tranquilo. Que a paz que ele possa experimentar seja sempre
um perfume que acenda a minha alegria. Que o seu conforto seja também
um motivo que continue inspirando os meus gestos mais doces e amigos.
Que nenhum gesto meu aperte o seu coração, intimide o seu riso, acorde o
seu medo, machuque a sua espontaneidade. Que as minhas vontades
pequenas sejam dissipadas pela lembrança do quanto a sua felicidade me
importa. Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos
tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras. É dele
também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha
escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus
melhores sorrisos. Que ele entenda que eu não me desapontarei com a sua
humanidade, com as suas dificuldades, com os seus territórios feridos,
como, com o mesmo acolhimento, não me desaponto com os meus. Que tenha
certeza de que eu quero muito que seja livre, saudável, contente; que
seja. Que tudo aquilo que o preocupa, o desassossega, o faz sofrer, por
Deus, seja logo transformado, assim como tudo o que o torna feliz seja
mais e mais abençoado. Que alcance toda expansão que busca, todo voo que
vislumbra, e possa sempre se lembrar de que é capaz de vencer os mais
assustadores e impermanentes limites. Que quando todo dia acordar e
deitar pra dormir, ele ouça eu dizer o seu nome baixinho nas minhas
preces, e sorria por isso daquele jeito bonito. Que, não importa o
tamanho da distância, nunca esqueça que o fato de existir mudou pra
sempre a minha vida e que o mundo me pareceu muito mais bacana depois
que descobri que existia. Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância
esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é. Que tenha paz. Que
tenha paz. Que tenha paz. Ah, é claro, que tenha paz e acesso
à alegria mais sincera também. Amém.
Ana Jácomo
http://anajacomo.blogspot.com/2011/12/uma-prece.html
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