segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

NO ANO QUE VEM...



No ano que vem
vou fazer um check-up,
reformar os meus ternos,
vou trocar os meus móveis,
viajar no inverno.
Como convém.

No ano que vem
vou tratar dos meus dentes,
vou limpar o chão,
Procurar novo emprego
E trocar o meu carro
E largar o cigarro.
Como convém.

E vou me converter
no ano que vem,
registrar a escritura,
vou pagar a promessa
e andar mais depressa
e fazer um regime
neste ano que vem.
Como convém.

No ano que vem
vou pagar minhas dívidas
viajar para a França,
estudar esperanto
e escrever pra você.
Como convém.

Se não der, no entanto,
neste ano que vem,
vou deixar de cobrança
do que fiz ou não fiz.
Neste ano que vem
quero, como convém,
ser, apenas, feliz.

Sérgio Antunes

POSTERGAR...

"Alguns indivíduos recusam o empréstimo da vida para evitar a dívida da morte" Otto Rank


Esse final de ano está sendo tenebroso pra todos nós. Uma catástrofe se abateu sobre nossa cidade. Uma mãe e uma de suas filhas gêmeas faleceram em um acidente de carro, que ainda feriu outras duas crianças e a irmãzinha da gêmea que morreu.
Situações assim me fazem refletir sobre as escolhas que fiz, as que não fiz, as que estou postergando.
Um dia antes tinha visto essa mãe entrando no supermercado, parecia feliz.
Não durmo mais, acordo no meio da madrugada e não tiro essas pessoas da minha cabeça. Esse marido e pai? Como terá passado natal? Como será seu ano novo? Como será sua vida à partir de agora? E essa mãe? Como teria se sentido?
Parecia uma família feliz. Inatingível. Uma mulher alegre, contente, sorridente, sem nenhum preconceito em relação as pessoas, uma pessoa humana e acessível. Como pode morrer assim, às vésperas do natal? Que fatalidade gente!
Esse acidente tirou o sabor de comprar um carro zero, destruiu o meu natal e deixou um gosto amargo na boca. Pq com eles? Pq nessa época do ano? Não parece justo.
A dor que, com certeza, dilacera o coração desse pai, não sai da minha cabeça. Eu o vi, olhando pro nada, na porta de sua casa. Senti o ímpeto de abraçá-lo, ampará-lo na sua dor. Mas fui contida pela distância que ele impôs entre si mesmo e o mundo. Conheço essa distância, eu tbém comungo dela. Me senti um lixo impotente diante da sua dor. Queria ter feito muito, ou ao menos alguma coisa. Só lamentei...
A frase do início está em um livro do Irvin que estou lendo: Mamãe e o sentido da vida. Não preciso dizer que é fantástico. Me fez refletir sobre a minha existência. Sempre deixando pra amanhã a minha felicidade, a possibilidade de ser diferente, de viver diferente. Como se no futuro encontrasse as moedas de ouro. Meu verbo é POSTERGAR. Talvez por isso esse acidente tenha me mobilizado tanto. Poderia ter sido eu! E todos os meus sonhos que sempre deixei pra amanhã? Como seria se tivesse sido arrancado de mim a possibilidade de um novo recomeço? A vida é efêmera demais. E quem decide qdo chegar e partir tem planos alheios a nossa vontade. Somos falíveis, e isso é assustador.
O que fazer com esse meu vício de deixar a VIDA pra depois? Como me curar dessa doença?
O tempo está passando, alguns sonhos que tinha já não cabem mais na vida que levo, e eu não os realizei, deixei-os morrer.
Nesse mesmo livro do meu ídolo Irvin, ele cita um personagem de Dickens, a sra. Havisham de Grandes esperanças, que passou anos vivendo nas teias de aranha do luto, sem nunca despir o vestido de noiva nem a mesa preparada para o banquete de núpcias.
O meu luto é da VIDA que não vivi, e o banquete sãos os sonhos que deixei morrer.
E faltam 3 dias para o Ano Novo.
O que estará reservado pra mim?

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Coisas de mim...para quase só eu mesma.



“O dia que nasce é uma pipoca quentinha. O sal fica por sua conta.” (João Caldeirão)

Essa frase é do dia 20/12/2007, da agenda da tribo. Achei fantástica. É isso mesmo, o dia nasce com tudo pronto, só falta a gente dar o sabor.

Tá chegando o Natal, época do ano que eu mais gosto. Sinto que volto a ter 5 anos e a acreditar que tudo é possível, bastando eu desejar que seja.

Natal na minha casa já foi mágico, hoje... é melancólico. Isso me entristece muito, me sinto roubada do encantamento. Parece que fomos todos fadados a estar ali, em uma situação triste e monótona.

Queria que fosse diferente, feliz.

Queria que minha filha fizesse planos, sonhasse, criasse expectativa.

Me sinto frustrada pq acreditava que o nascimento dela me traria isso de volta, nem que fosse por força da circunstância. Mas isso não aconteceu. Todos os anos tem ficado cada vez pior. Parecemos zumbis hipnotizados por uma música fúnebre.

É Natal!!!!

Independente de todos e de tudo eu AMO o Natal!

Compro presentes para as pessoas que gosto, quero abraçá-las e beijá-las, quero estar com elas.

Será que um dia ainda vou viver novamente um Natal de infância? Com árvores, música natalina e com o espírito do Natal?

Tenho um grande sonho, ver uma noite de natal com neve. Deve ser fantástico!!!

Quem sabe um dia ainda não o realizo?

Vou pedir pra Papai Noel...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

SERES INVISÍVEIS


Ser **IGNORADO** é uma das piores sensações que existem na vida!!!

'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo.. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz. Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.

Diário - Como é que você teve essa idéia? Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.

Com que objetivo?

A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólogo social com os garis. Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação? Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa?

Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal. Chegando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou branquelo, mas isso talvez não seja o diferencial, porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos, o modo de a gente olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos.. Os garis conseguem definir essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.

Dê um exemplo.

Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis. De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade, subindo arua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mão. O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e começou a falar: 'É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão'.

Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente? Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro que eles sabiam que eu não era um gari. Fui tratado de uma forma completamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente.

As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.

Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença?

Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger..

Eles testaram você? No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca.Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe,varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande,esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?

Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central.Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim.. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?

Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?

Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe.. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.

TESE DE MESTRADO NA USP DO FERNANDO BRAGA DA COSTA.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Medo: O Maior Gigante da Alma


Para quem tem medo, e a nada se atreve, tudo é ousado e perigoso. É o medo que esteriliza nossos abraços e cancela nossos afetos; que proíbe nossos beijos e nos coloca sempre do lado de cá do muro. Esse medo que se enraíza no coração do homem impede-o de ver o mundo que se descortina para além do muro, como se o novo fosse sempre uma cilada, e o desconhecido tivesse sempre uma armadilha a ameaçar nossa ilusão de segurança e certeza.

O medo, já dizia Mira Y Lopes, é o grande gigante da alma, é a mais forte e mais atávica das nossas emoções. Somos educados para o medo, para o não-ousar e, no entanto, os grandes saltos que demos, no tempo e no espaço, na ciência e na arte, na vida e no amor, foram transgressões, e somente a coragem lúdica pode trazer o novo, e a paisagem vasta que se descortina além dos muros que erguemos dentro e fora de nós mesmos.

E se Cristo não tivesse ousado saber-se o Messias Prometido? E se Galileu Galilei tivesse se acovardado, diante das evidências que hoje aceitamos naturalmente? E se Freud tivesse se acovardado diante das profundezas do inconsciente? E se Picasso não tivesse se atrevido a distorcer as formas e a olhar como quem tivesse mil olhos? "A mente apavora o que não é mesmo velho", canta o poeta, expressando o choque do novo, o estranhamento do desconhecido.

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

(Fernando Teixeira de Andrade)

Crédito da imagem maravilhosa: http://www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br/

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Enterro cubano....só para rir.

Toda a família, em Cuba, surpreendeu-se quando chegou de Miami um ataúde com o cadáver de uma tia muito querida. O corpo estava tão apertado no caixão que o rosto parecia colado no visor de cristal…

Quando abriram o caixão encontraram uma carta, presa na roupa com um alfinete, que dizia assim:
“Queridos Papai e Mamãe:

Estou lhes enviando os restos de tia Josefa para que façam seu enterro em Cuba, como ela queria.

Dsculpem-me por não poder acompanhá-la, mas vocês compreenderão que tive muitos gastos com todas as coisas que, aproveitando as circunstâncias, lhes envio.

Vocês encontrarão, dentro do caixão, sob o corpo, o seguinte:

* 12 latas de atum Bumble Bee;
* 12 frascos de condicionador;
* 12 de xampu Paul Mitchell;
* 12 frascos de Vaselina Intensive Care (Muito boa para a pele. Não serve para cozinhar!);
* 12 tubos de pasta de dente Crest;
* 12 escovas de dente;
* 12 latas de Spam das boas (são espanholas);
* 4 latas de chouriço El Miño.
Repartam com a família, sem brigas!

Nos pés de titia estão um par de tênis Reebok novos, tamanho 39, para o Joselito (é para ele, pois com o cadáver de titio não se mandou nada para ele, e ele ficou amuado).

Sob a cabeça há 4 pares de “popis” novos para os filhos de Antônio, são de cores diferentes (por favor, repito, não briguem!).

A tia está vestida com 15 pulôveres Ralph Lauren. Um é para o Pepito e os demais para seus filhos e netos. Ela também usa uma dezena de sutians Wonder Bra (meu favorito). Dividam entre as mulheres; também os 20 esmaltes de unhas Revlon que estão nos cantos do caixão.

As três dezenas de calcinhas Victoria’s Secret devem ser repartidas entre as minhas sobrinhas e primas. A titia também está vestida com nove calças Docker’s e 3 jeans Lee.

Papai, fique com 3 e as outras são para os meninos.

O relógio suíço que papai me pediu está no pulso esquerdo da titia. Ela também está usando o que mamãe pediu (pulseiras, anéis, etc). A gargantilha que titia está usando é para a prima Rebeca, e também os anéis que ela tem nos pés. Os oito pares de meias Chanel que ela veste são para repartir entre as conhecidas e amigas ou, se quiserem, as vendam (por favor, não briguem por causa destas coisas, não briguem).

A dentadura que pusemos na titia é para o vovô, que ainda que não tenha muito o que mastigar, com ela se dará melhor (que ele a use, custa caro). Os óculos bifocais são para o Alfredito, pois são do mesmo grau que ele usa, e também o chapéu que a tia usa.

Os aparelhos para surdez que ela tem nos ouvidos são para a Carola. Eles não são exatamente os que ela necessita, mas que os use mesmo assim porque são caríssimos. Os olhos da titia não são dela, são de vidro. Tirem-nos e nas órbitas vão encontrar a corrente de ouro para o Gustavo e o anel de brilhantes para o casamento da Katiuska.

A peruca platinada, com reflexos dourados, que a titia usa também é para a Katiuska, que vai brilhar, linda, em seu casamento.

Com amor, sua filha Carmencita.

PS1: Por favor, arrumem uma roupa para vestir a tia para o enterro e mandem rezar uma missa pelo descanso de sua alma, pois realmente ela ajudou, mesmo depois de morta. Como vocês repararam o caixão é de madeira boa (não dá cupim). Podem desmontá-lo e fazer os pés da cama de mamãe e outros consertos em casa. O vidro do caixão serve para fazer um porta-retrato da fotografia da vovó que está, há anos, precisando de um novo. Com o forro do caixão, que é de cetim branco (US$ 20,99 o metro), Katiuska pode fazer o seu vestido de noiva.

Na alegria destes presentes, não esqueçam de vestir a titia para o enterro!!!

Com amor, Carmencita.

PS2: Com a morte de tia Josefa, tia Blanca caiu doente. Façam os pedidos com moderação. Bicicleta não cabe nem desmontada e carburador de Niva, modelo 1968, aqui ninguem ouviu falar.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Os cinco estágios em uma carreira




O PRIMEIRO ESTÁGIO é aquele em que um funcionário precisa usar crachá, porque quase ninguém na empresa sabe o nome dele.

No SEGUNDO ESTÁGIO, o funcionário começa a ficar conhecido dentro da empresa e seu sobrenome passa a ser o nome do departamento em que trabalha. Por exemplo, Heitor do contas a pagar.

No TERCEIRO ESTÁGIO, o funcionário passa a ser conhecido fora da empresa e o nome da empresa se transforma em sobrenome. Heitor do banco tal.

No QUARTO ESTÁGIO, é acrescentado um título hierárquico ao nome dele: Heitor, diretor do banco tal.

Finalmente, no QUINTO ESTÁGIO, vem a distinção definitiva. Pessoas que mal conhecem o Heitor passam a se referir a ele como “o meu amigo Heitor, diretor do banco tal”. Esse é o momento em que uma pessoa se torna, mesmo contra a sua vontade, em “amigo profissional”.

Existem algumas diferenças entre um amigo que é amigo e um amigo profissional. Amigos que são amigos trocam sentimentos. Amigos profissionais trocam cartões de visita.

Uma amizade dura para sempre. Uma amizade profissional é uma relação de curto prazo e dura apenas enquanto um estiver sendo útil ao outro.

Amigos de verdade perguntam se podem ajudar. Amigos profissionais solicitam favores. Amigos de verdade estão no coração. Amigos profissionais estão em uma planilha.

É bom ter uma penca de amigos profissionais. É isto que, hoje, chamamos de networking, um círculo de relacionamentos puramente profissional. Mas é bom não confundir uma coisa com a outra.

Amigos profissionais são necessários. Amigos de verdade, indispensáveis.

Algum dia e esse dia chega rápido, os únicos amigos com quem poderemos contar serão aqueles que fizemos quando amizade ainda era coisa de amadores.

Max Gehringer

O uso correto da balaça.

" Você não está gorda, apenas não sabe como usar a balança"!!!







Fonte: http://www.esmaltenope.blogspot.com/

Acharam o filho do Raul Seixas!


Mãe é mãe!



Mãe é foda

Luís Fernando Veríssimo.

Mãe: Alô?

Filha: Mãe? Posso deixar os meninos contigo hoje à noite?

Mãe: Vai sair?

Filha: Vou.

Mãe: Com quem?

Filha: Com um amigo.

Mãe: Não entendo porque você se separou do teu marido, um homem tão bom...

Filha: Mãe! Eu não me separei dele! ELE que se separou de mim!

Mãe: É... você me perde o marido e agora fica saindo por aí com qualquer um..

Filha: Eu não saio por aí com qualquer um. Posso deixar os meninos?

Mãe: Eu nunca deixei vocês com a minha mãe, para sair com um homem que não fosse teu pai!

Filha: Eu sei, mãe. Tem muita coisa que você fez que eu não faço!

Mãe: O que você tá querendo dizer?

Filha: Nada! Só quero saber se posso deixar os meninos.

Mãe: Vai passar a noite com o outro? E se teu marido ficar sabendo?

Filha: Meu EX-marido!! Não acho que vai ligar muito, não deve ter dormido uma noite sozinho desde a separação!

Mãe: Então você vai dormir com o vagabundo!

Filha: Não é um vagabundo!!!

Mãe: Um homem que fica saindo com uma divorciada com filhos só pode ser um vagabundo, um aproveitador!

Filha: Não vou discutir, mãe. Deixo os meninos ou não?

Mãe: Coitados... com uma mãe assim...

Filha: Assim como?

Mãe: Irresponsável! Inconseqüente! Por isso teu marido te deixou!

Filha: CHEGA!!!

Mãe: Ainda por cima grita comigo! Aposto que com o vagabundo que tá saindo contigo você não grita.

Filha: Agora tá preocupada com o vagabundo?

Mãe: Eu não disse que era vagabundo!? Percebi de cara!

Filha: Tchau!!

Mãe: Espera, não desliga! A que horas vai trazer os meninos?

Filha: Não vou. Não vou levar os meninos, também agora não vou mais sair!

Mãe: Não vai sair? Vai ficar em casa? E você acha o que, que o príncipe encantado vai bater na tua porta? Uma mulher na tua idade, com dois filhos, pensa que é fácil encontrar marido? Se deixar passar mais dois anos, aí sim que vai ficar sozinha a vida toda! Depois não vai dizer que não avisei! Eu acho um absurdo, na tua idade você ainda precisar que EU te empurre para sair!

Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Como engenheiro conta história para filho dormir.



O filho quer dormir e pede ao pai (engenheiro) para contar uma história e ele conta a dos três Porquinhos.

Meu Filho, era uma vez três porquinhos (P1, P2 e P3) e um Lobo Mau, por definição, LM, que vivia os atormentando.

P1 era sabido e já era formado em Engenharia Civil.

P2 era arquiteto e vivia em fúteis devaneios estéticos absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos.

P3 fazia Comunicação e Expressão Visual na ECA.

LM, na Escala Oficial da ABNT, para medição da Maldade (EOMM) era Mau nível 8,75 (arredondando a partir da 3ª casa decimal para cima). LM também era um mega investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn (onde 'n' é um número natural e varia entre 1 e 3), visto que o terreno era de boa conformidade geológica e configuração topográfica, localizado próximo a Granja Viana.

Mas nesse promissor perímetro P1 construiu uma casa de tijolos, sensata e logicamente planejada, toda protegida e com mecanismos automáticos.

Já P2 montou uma casa de blocos articulados feitos de mogno que mais parecia um castelo lego tresloucado.

Enquanto P3 planejou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e isopor como fundamentos, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo 'o máximo'.

Um dia, LM foi ate a propriedade dos suínos e disse, encontrando P3:- 'Uahahhahaha, corra, P3, porque vou gritar, e vou gritar e chamar o Conselho de Engenharia Civil para denunciar sua casa de palha projetada por um formando em Comunicação e Expressão Visual!'

Ao que P3 correu para sua amada cabana, mas quando chegou lá os fiscais do Conselho já haviam posto tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2.

Mas quando chegou lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando: - 'Abra essa porta, P2, ou vou gritar, gritar e gritar e chamar o Greenpeace, para denunciar que você usou madeira nobre de áreas não-reflorestadas e areia de praia para misturar no cimento.'

Antes que P2 alcançasse a porta, esta foi posta a baixo por uma multidão ensandecida de eco-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pixando e entoando palavras de ordem.

Ao que segue P3 e P2 correm para a casa de P1.Quando chegaram na casa de P1, este os recebe, e os dois caem ofegantes na sala de entrada.

P1: O que houve?

P2: LM, lobo mau por definição, nível 8.75, destruiu nossas casas e desapropriou os terrenos.

P3: Não temos para onde ir. E agora, que eu farei? Sou apenas um formando em Comunicação e Expressão Visual!

Tum-tum-tum- tum-tuuummm! !!! (isto é somente uma simulação de batidas à porta, meu filho! o som correto não é esse.)

LM: P1, abra essa porta e assine este contrato de transferência de posse de imóvel, ou eu vou gritar e gritar e chamar os fiscais do Conselho de Engenharia em cima de você!!!, e se for preciso até aquele tal de Confea.

Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco arquiteto e do...do... comunicador e expressivo visual) LM chamou os fiscais, quando estes lá chegaram, encontraram todas as obrigações e taxas pagas e saíram sem nada arguir. Então LM gritou e gritou pela segunda vez, e veio o Greenpeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era ecologicamente correta.

Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém super comum nos contos de fada): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu até a chaminé e resolveu entrar por esta, para invadir.

Mas quando ele pulou para dentro da chaminé, um dispositivo mecatrônico instalado por P1 captou sua presença por um sensor térmico e ativou uma catapulta que impulsionou com uma força de 33.300 N (Newtons) LM para cima com uma inclinação

de 32,3° em relação ao solo.

Este subiu aos céus, numa trajetória parabólica estreita, alcançando o ápice, onde sua velocidade chegou a zero, a 200 metros do chão.

Agora, meu filho, antes que você pegue num repousar gostoso e o Papai te cubra com este edredom macio e quente, admitindo que a gravidade vale 9,8 m/s² e que um lobo adulto médio pese 60 kg, calcule:

a) o deslocamento no eixo 'x', tomando como referencial a chaminé.

b) a velocidade de queda de LM quando este tocou o chão (considere o atrito pela resistência do ar).

Boa noite!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ciúmes, possessividade, controle...


Nunca soube dividir nada...nem ninguém.
Sempre tive uma enorme dificuldade em me relacionar com as pessoas. Sempre exigi um grau de entrega que quase nunca encontrei.
Há muito tempo atrás conheci a dor dilacerante de ser preterida. Tive um amigo a quem me dediquei integralmente. Esse amigo me ensinou os dois extremos de se relacionar com alguém. O da felicidade completa de se sentir aceito e o da indiferença.
Sei que a vítima do ciúme sofre...sofre mais quem o sente. Inexplicável.
Me julgava curada, juro!
Me julgava livre desse sentimento de posse sobre minhas amizades.
Me senti tentada a chegar mais proximo de um amigo novamente.
Hj vi que não... não estou pronta para isso de novo.
Estive muito perto da dor, posso dizer sem dúvidas que até senti o cheiro dela.
Acho que não quero isso de novo.
Cansei de ser a amiga das 22:00. Aquela que só serve até esse momento, quando depois a diversão realmente começa! Não sinto falta das madrugadas, não é isso, mas é ruim saber que vc tem prazo de validade ... e limitações.
Posso me perder pra nunca mais me encontrar.
Ando preferindo a segurança das planícies.
Perco muito? Perco!
Mas ainda prefiro ser dona das minhas emoções.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Eu, eu mesma e...


Ando meio assim, vendo tudo em tons de cinza. Agora acho que estou a beira de um colapso emocional. Será?
Estou desgastada também com os meus delírios (na maioria das vezes se revelam delírios, mas vai que um dia...) persecutórios e de catástrofe iminente. Fora uma sensação constante de que o caos absoluto está a minha espreita. Serão somente sintomas de TPM?